
[Eu] Ah, sim! Aquele rapaz de azul. Sei quem é.
[Ele] Conhece ele?
[Eu] Conheço. Na verdade ele não. Conheço aquele cara de branco ao lado dele, ali.
[Ele] Ah, o amigo que veio com ele.
[Eu] Marido dele, você quis dizer, né?
[Ele] O que???????????????????????
[Eu] Sim, marido. Moram juntos há uns cinco anos.
[Ele] Como assim? A gente estava aos beijos, ao lado do cara?????
[Eu] Sim. Você foi o combustível da trepada que vão dar quando chegar em casa!
[Ele] Você tá inventando isso!
[Eu] Estou não, rapaz! Eu conheci o marido num site de relacionamentos. Saímos, fomos a um café, e bastou um papo pra ele perceber que eu não era como tantos carinhas fáceis que têm por aí. Aí ele abriu o jogo e contou o lance deles. Eles se excitam e apimentam a relação com essa coisa de seduzir outros caras.
[Ele] Cara, isso não existe!
[Eu] Existe sim. É um tipo de perversidade. A psicologia explica. Eu, como não sou psicólogo, não entendo essas coisas. Sou mais a linha “moço certinho”...
[Ele] Meu, mas ele parecia tão estar curtindo ficar comigo.
[Eu] É? E marcaram algum encontro pra outro dia?
[Ele] A gente ficou de ser ver.
[Eu] Muito vago pra quem, como você acabou de me dizer, te curtiu. Se ele curtiu mesmo, ele ia querer seu fone. E não dizer “a gente se vê”.
[Ele] Nossa! Tô muito puto! Você deve ter ficado quando soube, não?
[Eu] Fiquei, mas ao mesmo tempo, ele foi sincero. Ainda dava tempo.
[Ele] Estou com ódio, cara. Ódio. Imagino que eles ainda vão pegar vários caras aqui.
[Eu] Muito provavelmente.

[Eu] Ah, para, vai! Estamos na maior parada gay do mundo. Tirando a minha, tem três milhões e meio de bocas aqui pra você beijar. Bocas que trazem histórias e muitos segredos perversos de vida que você nem desconfia. E é bom nem ficar sabendo. Afinal, sua boca também é bem perversa e guarda um monte de segredos!