sexta-feira, 23 de setembro de 2011

23. ANJOS E PECADORES

Ao chegar à cidade litorânea onde tenho uma casa, vi uma faixa num poste onde a prefeitura da Praia Grande (SP) saudava os participantes de um evento esportivo-religioso.
Fui dormir depois das 3 da manhã e acordei no sábado às nove. Levei o cachorro para passear no calçadão, comprei o almoço, dei comida pro cachorro, fui para a praia e, em seguida, comprar algumas coisinhas pra equipar ainda mais a casa para eventuais locações no verão. Levei o cachorro agora para nadar no mar e à noite comprei uma pizza e mal esperei a “aaaaaaaaai, como eu tô bandida” da Valéria Vasques detonar sua amiga babuína e sempre bolinada Janete para desmaiar.
Sete da manhã estava acordado. Levei de novo o cachorro para o calçadão e antes das 9 eu estava na praia, caminhando junto ao mar, esperando o sol, ainda escondido atrás de um forte nevoeiro. Na areia, só os ambulantes preparando seus carrinhos aguardando os turistas que certamente ainda dormiam.
Foi quando avistei um homem, ao longe, fazendo sua corrida matinal. Usava apenas um short preto e tinha uma camiseta branca enrolada em uma de suas mãos. À medida que se aproximava, notei seu belo corpo, não malhado, mas definido. A pele morena, quase tendendo ao tom mulato, transpirava charme e sedução. Tirei os óculos escuros para que ele percebesse, ao passar por mim, que eu o olhava. Quando chegou perto, percebi que seus olhos miravam os meus. Passei o olhar por todo seu corpo e percebi que ele fez o mesmo. Reduziu os passos e parou ao meu lado.
- Você mora aqui?
- Não. Moro em São Paulo. E você?
- Sou do Mato Grosso, vim para os jogos.

Ele desistiu da corrida e caminhou conversando comigo pela praia. Tirou o tênis e, mesmo reclamando da água gelada, entrou no mar, para tirar o suor do corpo.
O sol apareceu quente, queimando nossa pele. O papo fluía de forma natural. Ele disse ter 32 anos, e trabalhava como orientador. Eu disse apenas “ok”, mas meu olhar completou a frase: “e eu sou o verdadeiro dono da Rede Globo”. Por volta de meio dia, convidei-o para almoçar. Ele aceitou e fomos a um restaurante perto de casa. Ele falou onde estava hospedado e eu concluí que a pousada ficava na rua de trás, bem na direção de minha casa.
Ao terminar o almoço, disse que precisava ir para dar (mais) comida e água ao cachorro. Ele quis conhecê-lo, e levei-o.
Os dois brincaram lá fora, enquanto eu preparava comida e água gelada para o cachorro. Ele, então, veio pra dentro e, ali, sozinhos, ele soltou um elogio a mim:
- Você é muito bonito, inteligente, um homem iluminado.
- Pois sabe que eu penso o mesmo sobre você?

Um abraço, um beijo, e uma tarde de amor em nossa cama. Exaustos, mas felizes, plenos, ele com a cabeça em meu peito, disse:
- Tenho algo sério a falar a você...
O que ele tinha a dizer, eu já sabia. Pensei até que pudesse ser algo mais sério, como dizer que era soropositivo para o HIV, mas tivemos todos os cuidados.
- Eu sou padre.
- Eu sei. Você é muito culto, muito inteligente, muito articulado. Um “orientador” de seu fiel rebanho paroquial.

Ficamos juntos o resto do domingo. Voltamos à praia para levar o cachorro, comemos uma pizza e .ele me fez ligar avisando quando chegasse em casa em São Paulo. Ele ainda ficaria aquela semana toda na praia.
Trocamos mensagens, telefonemas todos os fins de noite. E na sexta-feira, lá estava eu na Rodovia dos Imigrantes rumo à Praia Grande.
No exato instante em que o Padre fechava a conta na pousada.
No fim de semana, o Padre estaria hospedado em meus braços!

3 comentários:

Edilson Cravo disse...

Nóoooooooooo...rs
Que história hein
Lindo fim de semana.
Abraços.

Luiz Paulo disse...

Essas suas saidas andam rendendo mto hehehe, essa ainda foi melhor q a do homem casado! :p Vc vive muitas coisas interessantes, com certeza ele deve ser super educado e mto inteligente, gracinha deve ser. bom fds p vc.
Bjo

Fred disse...

WOW!!!! Também tive meus momentos "liturgicos"... hehehe! Hugzão!